Hoje a nova direcção do ABCD-VG
inicia a nova rubrica “FLASH INTERVIEW”, que nos irá acompanhar ao longo do ano
desportivo, o objectivo é a cada jornada fazer uma breve entrevista a um dos
protagonistas do encontro.
A direcção aproveitou a
oportunidade para agradecer ao novo treinador Rui Agostinho (Foguete), por ter aceitado
o convite para chefiar a equipa da velha guarda do ABCD.
O Rui retribuiu o agradecimento,
com a modéstia que lhe é conhecida referindo que a palavra que melhor define as
suas funções no grupo não é de “Treinador” mas sim de “Organizador”.
Quais os motivos que te levaram a aceitar o convite?
Os motivos foram vários: o convívio que
representa a velha guarda e o espírito de união no grupo. Este convite foi
feito numa altura em que tenho alguma disponibilidade e como este projecto não exige
tanto tempo como treinar outros escalões com cargas horárias maiores penso que
consigo conciliar com a minha vida profissional e pessoal, também acho que
estamos numa fase de renovação do projecto velha guarda, o que não deixa de ser
aliciante. Por tudo isso foi impossível recusar o convite!
Quais as expectativas que tens em relação á equipa, tendo em conta que
somos uma equipa de veteranos?
À partida as expectativas são as
melhores! Apesar da minha passagem como jogador pela velha guarda do ABCD ter
sido curta devido a uma lesão deu para conhecer o grupo e o ambiente que se
vive, dai que as minhas expectativas e pressentimentos sejam bons. Antes de
procurar resultados temos de procurar uma organização e dar uma imagem muito
positiva da Velha Guarda da Benedita, com “Fair-Play”, organização, espírito de
convívio entre todos e com os adversários, esta vai ser a nossa base de
trabalho e depois como é óbvio ninguém gosta de perder, vamos procurar fazer
uns resultados engraçados.
Já pensaste como vais planificar e realizar os treinos? Tendo em conta
a diversidade do grupo?
Em relação aos treinos não vou
fazer nenhum planeamento complexo, pois havendo apenas 1 treino por semana têm
de haver sim uma organização adequada às necessidades da equipa, isso implica
fazer treinos com bola e treinos que permitam um maior contacto de todos com a
bola.
Na minha óptica não devemos
limitar-nos a dar umas voltas ao campo, aquecer e jogar uma peladinha, não acho
que essa seja a preparação mais adequada para o jogo de sábado, uma vez que não
estamos a criar um fio de jogo, nem a dar a mesma oportunidade aos jogadores
com menos bola, técnica ou condição física. O objectivo dos treinos é que todos
possam evoluir e ajudar mais a equipa, cheguem aos jogos e tenham uma maior noção
do que deve fazer dentro de campo.
Para isso devemos procurar fazer
mini-jogos, posses de bola divididas, por vezes dividir o grupo em 3 ou 4
equipas, para que em espaços reduzidos os jogadores aperfeiçoem a sua técnica e
mobilidade. Por exemplo devemos evitar treinos com peladas de campo inteiro em
que alguns só toquem na bola 3 ou 4 vezes, porque isso leva a que o atleta não
evolua, não tenha prazer em treinar, e chegue aos jogos e não esteja preparado
para parar a bola e dar o seguimento mais correcto á jogada.
Não podemos pensar em chegar ao
jogo e correr que nem doidos para ganhar o jogo, temos sim que procurar criar
uma identidade de jogo para que a bola passe por todos e todos saibam o que
fazer.
Isto é o que tenho em mente, a
partir daqui vamos tentar desenvolver e adaptar os treinos. Um treinador deve
ir sentindo o “pulso” ao grupo e as suas necessidades no momento, adaptando o
treino, se achar que naquele treino devemos trabalhar os mecanismos defensivos,
faz-se 15-20 minutos de trabalho específico nessa área, depois vamos então
jogar. Na outra semana podemos fazer uma posse de bola seguido de finalização,
ou um treino de ligação de jogadas a aparecer alguém a finalizar na área.
Nós sabemos que este tipo de
jogadas não é fácil, mas se não as treinarmos é que não conseguimos!
